Quando olhamos rápido, um ser vivo pode parecer algo simples — mas cada organismo tem inúmeras complexidades, e o do ser humano então, nem se fala! Para que estejamos apenas existindo, são inúmeros os sistemas que precisam conversar entre si, e tudo isso é potencializado enquanto uma criança está crescendo.
Neste post, falaremos um pouco sobre a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento infantil, quais são os objetivos dessa área de atuação e algumas dicas de atividades para fazer no dia a dia. É só seguir na leitura!
Tabela de conteúdo
O que é psicomotricidade
A psicomotricidade é a ciência que estuda o indivíduo se concentrando especificamente no corpo em movimento e sua relação com o interno e o externo, ou seja, tanto com o seu desenvolvimento emocional e cognitivo quanto com o mundo à sua volta.
Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade, por meio dessa área busca-se enxergar o ser humano de maneira holística, de forma a integrar todas as suas funções cognitivas e motoras e pensar em como desenvolvê-las conjuntamente.

A psicomotricidade no desenvolvimento infantil
Imagine um bebezinho que começou a descobrir o mundo: ele se arrasta, engatinha, rola, toca… usa intensamente o corpo para se entender como parte do todo e desvendá-lo continuamente. É a psicomotricidade infantil que trabalha questões relacionadas à movimentação, ao emocional e ao raciocínio da criança e, por conta disso, é uma base fundamental para o desenvolvimento.
O trabalho com a psicomotricidade infantil busca entender e exercitar o estabelecimento das relações entre as habilidades cognitivas e motoras durante o desenvolvimento da criança. Ele se dá por meio do estímulo das explorações físicas, que contribuem para a criação da consciência corporal e para a formação da personalidade do indivíduo.
As habilidades psicomotoras são trabalhadas naturalmente por meio de estímulos dentro de casa e são, também, contempladas pelas grades curriculares da educação infantil. No entanto, a psicomotricidade também pode ser trabalhada como terapia em casos específicos de crianças prematuras, com doenças neurológicas, com síndromes e com atrasos de aprendizado.

Objetivos da psicomotricidade
Os principais objetivos de um treino de psicomotricidade estão relacionados aos seguintes pilares:
Conscientização do esquema e da imagem corporal
A conscientização do esquema corporal trabalha o conhecimento inconsciente do indivíduo sobre o próprio corpo, o que permite que ele se relacione de maneira efetiva e segura com os espaços, objetos e demais pessoas que os rodeiam, entendendo melhor suas possibilidades de movimento.
Trabalhar a conscientização da imagem corporal passa por entender o seu corpo de forma inconsciente, saber que ele existe, entender onde estão cada um dos seus membros, como eles funcionam e como se movimentam.

Tônus corporal
O tônus muscular é o estado de permanente tensão em que nossos músculos permanecem, quer estejamos nos mexendo ou em repouso. Dependemos desse tônus para nos manter naturalmente em equilíbrio, na postura correta e conseguir executar movimentos.
Coordenação motora
Trata-se do entendimento sobre os músculos envolvidos na execução dos movimentos coordenados, utilizando tanto os grandes grupos musculares para movimentos amplos como dançar ou praticar esportes até os pequenos, relacionados à coordenação motora fina, como os utilizados para segurar o lápis ou encaixar pequenas peças.
Organização espaço-temporal e ritmo
Significa entender conceitos básicos de tempo, espaço e distância, tais como “longe e perto”, “cima e baixo” e “dentro e fora”, para saber se orientar melhor no mundo e ter maior consciência, também, sobre os movimentos necessários e possíveis dentro de um espaço para se alcançar um objetivo.
Lateralidade
Aqui não estamos falando do conhecimento específico sobre direita e esquerda, mas sim sobre a habilidade de utilizar os dois lados do corpo para executar ações do dia a dia como, por exemplo, alcançar um objeto, se coçar ou abrir uma porta com seu lado não dominante quando o outro estiver ocupado.
Dicas de atividades psicomotoras
É importante destacar que para garantir um bom desenvolvimento psicomotor da criança, o ambiente deve estar preparado para isso, oferecendo tanto segurança física quanto psicológica. Ela precisa ter certa liberdade para explorar espaços seguros e ter confiança emocional nos adultos que estão à sua volta.
As atividades de estimulação devem ser de caráter lúdico, para que as crianças possam aprender brincando, já que as brincadeiras são extremamente importantes para o desenvolvimento global e socioafetivo.
Confira algumas dicas de atividades que podem ser trabalhadas em casa, na escola ou em grupo e incentivam o desenvolvimento psicomotor:
Siga o mestre
As crianças aprendem muito pelo exemplo — e esse exemplo é dado, é claro, nas ações do dia a dia, mas também pode ser explorado em uma brincadeira clássica como a de seguir o mestre, em que o líder da rodada faz uma série de movimentos e os outros participantes precisam imitar.
Neste jogo, extremamente simples de ser executado e que demanda somente a exploração corporal, a criança treina habilidades importantes como percepção visual, coordenação motora, ritmo e entendimento de instruções.

Jogo da Amarelinha
Outro jogo que está presente na infância de gerações e gerações, a amarelinha parece simples e é, mas traz um intenso treino de cálculo de movimento, equilíbrio em uma perna só e coordenação motora. Se você tem um quintal em casa, é possível traçar o “tabuleiro” com giz no chão, mas existem também opções que podem ser compradas prontas ou, até mesmo, para montar encaixando.
Jogo do Morto-Vivo
Mais um jogo bastante simples e que não exige nenhum objeto, a brincadeira do morto-vivo é excelente para trabalhar o esquema corporal e a concentração. Dependendo da idade e da capacidade cognitiva da criança, é possível pensar em dificultar o jogo propondo as clássicas pegadinhas de falar “vivo” e imitar “morto”, para que ela treine focar a atenção no que é dito e não seguir ao impulso de apenas imitar o líder.
Pular corda
Pular corda é uma atividade excelente para praticar percepções especiais e capacidade de reflexo, um ótimo combo para um treino psicomotor. Extremamente dinâmica e versátil, pode ser feita tanto individualmente como em grupo, explorando modalidades diferentes.
Ao reunir um grupo de crianças, aproveite para musicalizar a experiência propondo as diferentes formas de pular, além de ensinar que o divertimento do jogo não está apenas em saltar, mas sim, também, em bater a corda quando é a vez do amiguinho. Esse momento também exige atenção!
No caso da corda individual, proponha desafios e metas que estejam de acordo com a idade e as capacidades físicas e cognitivas da criança: que tal pular de um pé só? Que tal revezar os pés, apenas um em cada pulo? Que tal tentar chegar à marca de 30 pulos sem errar?

Dançar
A brincadeira de dança também é uma excelente forma de trabalhar a percepção espacial, a movimentação corporal e, é claro, o ritmo! Proponha momentos de dança com diferentes músicas, da mais lenta à mais agitada e fique de olho para perceber se a criança sente essa diferença e demonstra em seu corpo.
Por trabalhar integrando diversas áreas de desenvolvimento cognitivo e motor, a psicomotricidade é um campo extremamente amplo e cheio de possibilidades!
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Conteúdo bastante relevante.
Excelente explanação sobre a psicomotricidade e a importância dessa ciência no desenvolvimento infantil.