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Epilepsia infantil: entenda mais sobre o assunto

Não tem pai que não se assuste com o diagnóstico ou, sequer, a suspeita de que seu filho possa ter epilepsia infantil. Essa, no entanto, é a doença neurológica mais recorrente entre as crianças e um dos seus principais riscos está, justamente, na falta de informação que pode acarretar tratamentos equivocados e, até mesmo, acidentes advindos das crises — isso sem contar no preconceito e no estigma social causados pela desinformação. 

Siga na leitura do texto para saber mais sobre o assunto!

O que é epilepsia

Nosso cérebro é formado por milhões de células, que utilizam sinais elétricos para se comunicar entre si e comandar todas as nossas funções, pensamentos e sentidos. A falha nessa transmissão caracteriza uma crise epiléptica. 

É comum que as pessoas tenham em seu imaginário alguma ideia do que seja essa crise, mas não saibam exatamente como são causadas. Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), a crise epiléptica é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro.

Essas crises podem durar de apenas alguns segundos a minutos e, ao longo desse período, uma parte do cérebro emite sinais incorretos que tanto podem ficar restritos (epilepsia parcial) quanto se espalharem por ambos os hemisférios cerebrais (epilepsia generalizada), o que faz com que algumas pessoas tenham sintomas mais ou menos evidentes. 

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A epilepsia é a condição neurológica em que há um mau funcionamento do cérebro por determinado período de tempo

A maior parte dos tipos de epilepsia têm início na infância e costumam se apresentar em crianças de até 5 anos de idade. 

Causas e sintomas da epilepsia infantil

A epilepsia pode ser causada por motivos diferentes que variam, inclusive, de acordo com a idade do paciente em questão. Em muitos casos, ela acaba por ter origem totalmente desconhecida. 

Entre os pequenos, no entanto, ela é mais comumente causada por traumas no parto, que podem acarretar falta de oxigenação no cérebro e a consequente formação de ferimentos no órgão, alterações metabólicas e outras doenças neurológicas, como a Síndrome de Rett

Traumatismo craniano, malformações congênitas, histórico familiar e arritmias cardíacas também são considerados fatores de risco para o desenvolvimento de uma síndrome epiléptica.

Em relação aos sintomas, eles devem ser observados com atenção pois podem variar de intensidade de acordo com a categoria da crise epiléptica e, também, aparecer tanto em conjunto quanto de forma isolada.

A epilepsia pode aparecer, por exemplo, por meio de um ataque epiléptico, no qual o paciente apresenta crises que envolvem a perda da consciência e fortes espasmos musculares. Por outro lado, ela também pode se caracterizar por crises de ausência, nas quais o indivíduo não chega a perder a consciência, mas fica parado com o olhar fixo e sem conseguir se comunicar com as pessoas ao seu redor e executar qualquer ação. 

Em crises parciais simples, o paciente pode perder o controle sobre partes do seu corpo e ter suas percepções sobre os movimentos distorcidas.

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Em uma crise parcial simples o paciente continua acordado mas tem dificuldades em controlar seus movimentos e percepções

Tipos de síndromes epilépticas

É considerado síndrome epiléptica um distúrbio caracterizado pela presença recorrente de crises e demais sinais da epilepsia. Conheça algumas: 

Epilepsia Rolândica

A Epilepsia Rolândica ou, ainda, ER, é a mais comum entre as epilepsias infantis, correspondendo por de 15 a 25% dos casos diagnosticados. Sua causa ainda não foi cientificamente estabelecida, e ela se caracteriza por provocar crises parciais ou generalizadas durante o sono da criança ou logo que ela acorda.

Em geral, essas crises não deixam sequelas e não prejudicam o desenvolvimento cognitivo da criança, bem como costumam desaparecer com a chegada da adolescência.

Crises de ausência

A epilepsia de ausência tem causas principalmente genéticas e aparece, em geral, entre os 6 e os 8 anos da criança. Caracteriza-se pela perda abrupta da consciência por cerca de alguns segundos e, então, sua recuperação completa. Enquanto algumas crianças a superam com a chegada da adolescência, outras acabam por desenvolver outras formas de epilepsia. 

Síndrome de Doose

Essa síndrome epiléptica é rara e aparece mais em crianças do sexo masculino que tenham predisposição genética. Costuma aparecer entre os 2 e 5 anos de idade dos pacientes neurológica e cognitivamente saudáveis e se caracteriza por crises de tremores nos membros superiores do corpo, seguidos por perda de tônus muscular e quedas. 

Síndrome de Rett

É uma síndrome neurológica rara que acomete uma em cada 20 mil crianças do sexo feminino, causada pela mutação de um gene que se localiza no cromossomo X e é necessário ao desenvolvimento do cérebro. As crises epilépticas, a perda dos movimentos e o atraso no desenvolvimento motor são os sintomas mais frequentes.

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As síndromes epilépticas são distúrbios que contém crises de ausência ou convulsão entre seus sintomas

Síndrome de West

Também bastante rara, a Síndrome de West aparece em bebês com menos de 1 ano de idade e se caracteriza por frequentes espasmos musculares que, se não forem tratados da maneira adequada, podem evoluir para crises epilépticas mais graves a partir do 5º ano de vida da criança, gerando maiores comprometimentos ao desenvolvimento. 

Síndrome de Rasmussen

A síndrome aparece durante a infância e se identifica por meio de crises epilépticas parciais intratáveis que provocam progressivamente a paralisia de um dos lados do corpo e uma grave deterioração intelectual.

Síndrome de Angelman

É um distúrbio neurológico raro, que causa atrasos de desenvolvimento intelectual e motor e também tem como um de seus sintomas as crises epilépticas. Costuma aparecer e ser diagnosticada durante os primeiros anos da infância.

Síndrome de Dravet

Bastante rara, a Síndrome de Dravet costuma aparecer durante o primeiro ano de vida do bebê, e causa crises epilépticas progressivas e de difícil controle e longa duração, acompanhadas de comprometimento nas partes cognitiva e motora do cérebro. 

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da epilepsia é feito de forma clínica, com base em histórico pessoal e familiar e exames que possam escanear a atividade cerebral para comprovar a doença ou mesmo descartar outras opções, como o eletroencefalograma e a tomografia cerebral.

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Exames como o eletroencefalograma ajudam a diagnosticar a epilepsia

Possíveis problemas cognitivos causados pela epilepsia

Os principais problemas cognitivos relacionados a crises epilépticas são:

  • Comprometimento da memória
  • Dificuldade de aprendizagem
  • Déficit de atenção

Essas questões dependem, é claro, do tipo de epilepsia apresentada, da frequência, da duração e da gravidade das crises e também, no caso das síndromes, dos outros sintomas apresentados. É preciso entender também se existe alguma lesão estrutural no cérebro.

Para evitar esses comprometimentos cognitivos ou, ao menos, seu agravamento, é importante se atentar aos primeiros sinais da doença e procurar o tratamento adequado, bem como o acompanhamento multidisciplinar para acompanhar e estimular o desenvolvimento da criança. 

Tratamento para epilepsia 

Os tipos de tratamento para a epilepsia variam, é claro, de acordo com o tipo desenvolvido pelo paciente. Em geral, os médicos trabalham com o uso de medicamentos que neutralizam o efeito das crises e, quando elas geram comprometimentos no desenvolvimento, o tratamento é compartilhado com equipes multidisciplinares que atuam na reabilitação das funções da criança.

No caso de síndromes que causem epilepsia refratária, que têm difícil controle e não é resolvida com medicamentos, o tratamento deve ser desenvolvido caso a caso, de acordo com o quadro geral do paciente. Alguns podem ser candidatos a uma cirurgia para controle das crises, enquanto outros podem ser indicados para tratamentos menos invasivos, como dietas que controlam a frequência das crises e mesmo outros fármacos, menos convencionais.

Lembramos que este post tem o objetivo de informar e auxiliar pais e responsáveis que estejam se questionando sobre a epilepsia infantil, mas o mais importante é, sempre, o diagnóstico médico precoce e os pareceres constantes de especialistas e terapeutas que acompanhem o desenvolvimento do seu filho! Lembramos também, sempre, que o diagnóstico não é uma sentença: ele abre um novo mar de possibilidades e, toda criança, quando rodeada de amor e cuidados, pode levar uma vida saudável e feliz. 

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