Início Síndromes e deficiências Livros sobre autismo: 7 dicas para desmistificar o transtorno

Livros sobre autismo: 7 dicas para desmistificar o transtorno

Há não muito tempo, acreditava-se em um estereótipo do autismo que tornava o recebimento do diagnóstico sinônimo de uma criança que nunca iria se relacionar afetivamente com seus familiares, tampouco falar ou olhar nos olhos, e sim estar sempre “no seu próprio mundinho”.

Hoje, muito mais se fala sobre o assunto e já sabemos que não é bem assim. A informação e o conhecimento são a maior arma que podemos utilizar para lutar contra os preconceitos e exclusões e, portanto, indicamos neste post sete livros sobre autismo que, com diferentes propostas, ajudam a desmistificar o transtorno. Vamos lá?

1. O Cérebro Autista

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Imagem: Reprodução/Skoob

Temple Grandin é uma autista nascida em 1947, o ano em que essa condição ganhou nome e foi, finalmente, classificada pela ciência. De lá até o ano de 2013, em que, em conjunto com Richard Panek, a autora publicou seu livro sobre o assunto, muita água passou debaixo da ponte.

Na obra, Temple fala sobre a trajetória científica em torno do assunto desde 1943, de quando datam os primeiros diagnósticos dessa condição com a qual os médicos não faziam ideia de como lidar. É genético? É neurológico? É psicológico? Pode ser provocado pelo meio? Ao longo dos anos que se seguiram e de muitas pesquisas que foram feitas, mais respostas e mais perguntas foram encontradas. 

Vivenciando a causa e os desafios diários do autismo, Temple relata no livro, também, momentos da sua jornada pessoal com a condição, incluindo sintomas, resultados de exames e a dificuldade de lidar com um mundo que, na verdade, precisa cada vez mais aprender a lidar com ela – e todos os mais de 70 milhões de pessoas diagnosticadas. 

A principal conclusão que a autora tira, e que deve ser primordialmente passada a seus leitores, é a de que o diagnóstico nunca deve ser um rótulo, e os pacientes devem continuar sendo enxergados como indivíduos, tendo suas particularidades respeitadas e cada um dos sintomas tratado como único ao invés de serem agrupados dentro do autismo. 

2. O que me faz pular

livros sobre autismo: o que me faz pular
Imagem: Reprodução/Skoob

Naoki Higashida é diagnosticado como autista severo e, com apenas 13 anos de idade, escreveu esse livro para compartilhar sua experiência vivendo dentro do espectro. Apresentando muitas dificuldades de comunicação e socialização, foi por meio de um método conduzido por sua mãe que ele aprendeu a se expressar.

Apontando as letras em uma espécie de teclado de papelão, ele começou a colocar pra fora o que sentia: conseguiu falar, mesmo sem falar. Ao longo das páginas do livro, Naoki consegue deixar claro o quanto os autistas, por muito tempo considerados “alheios ao mundo”, na verdade são muito mais perceptivos e sensíveis a todos os seus estímulos. 

Um livro como esse é um presente para que outros diagnosticados com autismo possam ler histórias que os representam e os ajudem a se entender melhor, e para que pessoas neurotípicas, por sua vez, possam entender um pouco mais sobre o assunto, obter conhecimento e praticar a empatia.

3. Nascido em um dia azul

livros sobre autismo: nascido em um dia azul
Imagem: Reprodução/Skoob

O autor deste bestseller publicado em 2007 é Daniel Tammet, autista considerado por muitos cientistas como uma chave para a compreensão do funcionamento do cérebro humano. Por suas dificuldades de comunicação e socialização, ele se sentia isolado ao crescer — e resolveu desvendar o universo dos números para canalizar essa solidão.

Daniel, diagnosticado com autismo leve aos 25 anos, pode ter dificuldade em compreender as emoções humanas e as nuances existentes na comunicação, como ironias e frases de duplo sentido, mas é genial na hora de decodificar pensamentos lógicos, característica que o transformou em gênio da matemática, campeão de xadrez e incomparável no aprendizado de idiomas. 

Seu livro é um relato intimista e corajoso sobre como é viver de uma maneira tão peculiar que, por vezes, pode parecer assustadora, mas também sabe ser bela. Assim como no livro de Nagoki, com suas percepções do mundo, Daniel prova que os autistas não são, nem de longe, alheios ao mundo, pelo contrário: conseguem percebê-los de maneiras únicas que vão muito além do preto no branco.

4. Autismo – não espere, aja logo

livros sobre autismo: autismo - não espere, aja logo
Imagem: Reprodução/Skoob

Francisco Paiva Junior é um jornalista que, neste livro, promete escrever de pai para pai e, explicar, buscando evitar a linguagem técnica, sobre os sinais de autismo e a importância do diagnóstico precoce. 

Justamente por ser pai de um menino autista, o autor sabe bem o quanto o medo de efetivamente receber um diagnóstico pode fazer com que os pais tentem ignorar os sinais ou acreditar que estão vendo coisas que não existem. Enquanto isso, no entanto, perdem-se momentos preciosos de tratamentos e estímulos que podem melhorar, e muito, o prognóstico da criança.

De maneira sincera e emocional mas, ao mesmo tempo, direta, Paiva fala sobre o quanto, ao invés de aprisionar, o diagnóstico de autismo pode abrir um novo mundo de possibilidades que os pais aprendem a descobrir junto com suas crianças.

5. Autismo: compreender e agir em família

livros sobre autismo: autismo - compreender e agir em família
Imagem: Reprodução/Skoob

As autoras deste livro, Sally J. Rogers, Geraldine Dawson e Laurie A. Vismara, são as criadoras do Modelo Denver, considerado um programa revolucionário de intervenção precoce em crianças com autismo. O método trabalha com o objetivo de que as crianças aprendam por meio do lúdico e das atividades diárias, criando uma sólida relação de interação com seus pais, cuidadores e terapeutas.

Ao longo das páginas, elas explicam o quanto as atividades do dia a dia são pratos cheios para que as crianças se desenvolvam e se socializem em família, bem como dão dicas que ajudam a transformar esses momentos em experiências de aprendizagem divertidas. 

Um livro que ensina maneiras práticas e acessíveis para a implantação, na rotina da família, de um método que foi considerado em 2012 uma das dez descobertas mais importantes da área médica, não poderia estar fora dessa lista!

6. Passarinha

livros sobre autismo: passarinha
Imagem: Reprodução/Skoob

E não é que apareceu também um livro de ficção na nossa lista? Isso porque as referências culturais são extremamente importantes para desmistificar tabus e normalizar o diferente. Livros, filmes e séries que trazem personagens autistas são importantes tanto para que os diagnosticados se sintam parte das histórias quanto para que as pessoas neurotípicas ampliem seu universo de conhecimento, conhecendo vivências diferentes das suas.

Em Passarinha, Kathryn Erskine nos apresenta Caitlin, uma menina de dez anos que tem muita dificuldade de compreender as nuances do mundo à sua volta e está precisando entender a ausência de seu irmão Devon, que sempre esteve ao seu lado, e a dor que está transbordando em seu pai e com a qual ela não sabe direito como lidar.

Por meio de uma história sensível e uma protagonista extremamente cativante, a autora nos transporta para o interior de uma criança com autismo e seu desejo de entender melhor como a vida funciona e ser mais compreendida pelas pessoas que a cercam. Vencedor de inúmeros prêmios e indicado para diversas idades, Passarinha pode encantar adultos, surpreender adolescentes e ensinar crianças a entender melhor o diferente. 

7. Meu amigo faz iiiii

livros sobre autismo: meu amigo faz iiiii
Imagem: Reprodução/Skoob

O livro de Andréa Werner já encantou o coração de muitas famílias por falar de inclusão de uma maneira leve e acessível para as crianças. Conseguimos entender, pelas características do personagem do livro, que ele possui autismo — mas o transtorno sequer é citado, e o que vale mesmo na história é a reflexão que provoca nas crianças sobre o respeito a tudo o que é diferente.

A autora é mãe de uma criança com autismo e aproveita o livro para mostrar de forma extremamente sensível como é possível se conectar com uma criança com o transtorno e como os coleguinhas de sala de “uma criança que faz iiiii” podem interargir com ele de forma saudável, desde que aprendam a observar e respeitar suas particularidades.

Gostou da nossa lista? Pensamos em trazer obras bem diferentes, que funcionem com diversos propósitos e tenham diferentes papéis ao conscientizar sobre o autismo, tanto no âmbito da família quanto da sociedade, tanto para adultos quanto para crianças.

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2 COMENTÁRIOS

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