Receber o diagnóstico médico de que o seu filho possui uma síndrome é sempre assustador e, por isso, muitos pais acabam tentando adiar esse momento o máximo que podem. A descoberta precoce, porém, pode fazer toda a diferença no prognóstico da criança.
Descobrir que um filho tem autismo pode parecer um pesadelo, mas não é. É o início de uma jornada diferente da que se esperava, mas que certamente será única e muito especial. Neste texto vamos conversar um pouco sobre a Síndrome de Asperger e te dar dicas de como identificar os primeiros sinais de autismo no bebê.
Tabela de conteúdo
Transtorno do Espectro do Autismo – o que é?
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma síndrome neurológica caracterizada, principalmente, por desordens comportamentais e déficits na comunicação social. Ele leva o nome de espectro justamente por ser bastante amplo e ser dividido em muitos subtipos, com níveis diferentes de comprometimento.
Por conta disso, é ainda mais importante que o diagnóstico seja feito precocemente: para que a evolução da criança passe a ser acompanhada de perto, ela receba os tratamentos e estímulos adequados e possa se desenvolver no máximo de suas potencialidades.
Causas do autismo
Conforme comprovam estudos recentes, suas causas são principalmente genéticas, mas ainda se pesquisa a possibilidade de interferência de fatores externos que podem estar associados – o assunto ainda é bastante controverso e não possui resultados conclusivos.
A importância da intervenção precoce
A primeira infância é uma fase essencial para o desenvolvimento de uma pessoa, pois é nesse período da vida que o cérebro está mais receptivo ao aprendizado de novas habilidades. Por conta disso, o pequeno precisa ser exposto às experiências e estímulos adequados para sua idade e que impulsionem o seu desenvolvimento.
Toda criança precisa de estímulos, mas as que possuem transtornos e atrasos de desenvolvimento precisam que eles sejam direcionados e potencializados, de preferência com o acompanhamento de profissionais especializados.
O diagnóstico precoce possibilita as intervenções precoces, que proporcionam estímulos necessários e ampliem as capacidades de uma criança com autismo, para que ela possa diminuir seus níveis de comprometimento.
Primeiros sinais de autismo no bebê
Em geral, o TEA costuma ser diagnosticado pelos médicos quando a criança tem idade entre 1 ano e meio e 3 anos. Isso porque nessa fase espera-se que o bebê já seja verbal e apresente uma maior habilidade de comunicação e interação com o mundo.
No entanto, pesquisas recentes desenvolvidas pela Universidade de Miami apontaram que os próprios pais podem começar a analisar o bebê e perceber precocemente os sinais relacionados à comunicação não verbal.
O olhar pode ser uma grande chave, visto que o contato visual do bebê é um sinal muito importante da criação do vínculo dele com a mãe. Os bebês neurotípicos, em geral, olham nos olhos da mãe enquanto mamam, enquanto os pequenos autistas ficam com o olhar perdido, demonstrando dificuldade em manter esse contato. Resistência ao toque e não emitir resposta aos sorrisos dos pais também estão entre os primeiros sintomas.
Choros ininterruptos, inquietações constantes ou, ao contrário disso, uma apatia exagerada podem ser pontos de atenção. Se o bebê demonstrar um incômodo além do comum com determinadas texturas e apresentar uma dificuldade maior na introdução alimentar, também pode ser motivo de se alarmar.
Outros sintomas
A medida que a criança se desenvolve, é possível começar a perceber também outros sinais importantes de que alguma coisa está fora dos padrões.
Alterações comportamentais
Crianças no espectro de autismo podem apresentar apresentar estereotipias, como balançar o tronco constantemente ou bater as mãos; gostam de rotina e podem ficar assustadas quando algo sai do comum; focam a atenção em objetos específicos ou até partes deles; apresentam alterações de sensibilidade a estímulos externos; ficam extremamente agitados quando expostos a ambientes barulhentos; podem passar minutos a fio em silêncio olhando na mesma direção, com o olhar perdido.
Problemas de comunicação
Uma criança com síndrome de Asperger em geral demora mais do que o comum para começar a falar e, muitas vezes, apesar de demonstrar já ter aprendido, prefere não falar; costuma repetir o que os outros dizem, sem necessariamente ter compreendido o sentido; tem dificuldade de entender gestos e expressões das pessoas e, até por isso, de demonstrar empatia; é menos propenso a utilizar o lúdico e a imaginação para brincar.
Dificuldades de socialização
Os portadores de autismo, em geral, têm maior dificuldade de entender as normais sociais que os regem, e podem agir inusitadamente, contrariando o esperado, como por exemplo rindo alto enquanto todos estão em silêncio; podem apresentar dificuldade de criar laços com os adultos que os rodeiam e com outras crianças; evitam demonstrações de carinho e afeto como abraços e beijos.
Dito tudo isso, é importante lembrar que nenhuma pessoa é uma caixinha, e muito menos uma criança autista seria. Receber um diagnóstico de autismo não quer dizer que seu filho apresentará todos os sinais, ou, até, que ele apresentará o mesmo comportamento para sempre. A intervenção precoce pode ser a chave para vencer essas barreiras.
Como confirmar o diagnóstico
Um diagnóstico de autismo é totalmente clínico, não existindo ainda exames biológicos que o possam comprovar. Ele se dá por meio da observação do paciente e conversas da equipe médica com os pais e cuidadores. Se você está com a pulga atrás da orelha, se enxergou algum sinal, converse com o pediatra do seu filho e busque, sempre, mais de uma opinião.
Acompanhamento do desenvolvimento
A partir do diagnóstico e buscando o acompanhando dos profissionais adequados, é preciso ter em mente que a criança está recebendo os estímulos adequados e se desenvolverá da forma que for possível, no tempo dela.
Esteja sempre alinhado com os especialistas que vão te acompanhar nessa jornada, tenha certeza de que todos estejam falando a mesma língua e trabalhando com abordagens que façam sentido entre si. Saiba também que nada é imutável: à medida que o seu filho se desenvolvem, com certeza haverá mudanças nas estratégias e nos tratamentos.
O autismo não tem cura, mas as novas descobertas de tratamentos e a intervenção precoce oferecem, cada vez mais, um excelente prognóstico e o seu pequeno tem tudo para se desenvolver e encontrar sua própria maneira de vencer as dificuldades.
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Como saber ser o filho da minha colega e autista ?
Meu filho é um autista e eu amei saber sobre o assunto,obg por nos manter informados sobre o assunto obg!!
Muito interessante o texto
Bastante esclarecedor
Meu filho não atende quando chamamos
Olá! Me chamo Cecília. Sou estudante de pedagogia e estou escrevendo meu TCC, achei seu artigo riquíssimo e gostaria de citá-lo. Você (Thays) que escreveu? Qual ano de publicação?
Minha filha é autista moderado e amei sua explicação
Oi meu filho tem cinco anos e de alguns meses eu venho percebendo que tem vários sintomas no meu filho pq ele repete muito o que falo e. Tenho um bebê de dois anos e quando eles estão brincando e toma os brinquedos e não liga muito pq ele chora e se tomar algum dele ele fica muito nervoso fora do normal e sai batendo nas coisas queria uma orientação obrigada
Gostei muito