Sentar em W e desenvolvimento atípico: o que os pais precisam saber

Sentar em W e desenvolvimento atípico: o que os pais precisam saber

Olá, queridos cuidadores que acompanham o Blog do Amigo Panda! Neste artigo, mergulharemos em um tópico crucial para o desenvolvimento motor dos nossos pequenos: o famoso (e perigoso) “sentar em W”. Venham conosco nessa jornada para compreender como essa posição pode influenciar o crescimento e a saúde das nossas crianças atípicas e o que fazer para evitar problemas futuros. Vamos lá? 

Sentar em W e Desenvolvimento Atípico: O Que os Pais Precisam Saber amigo panda

 Sentar em W é comum entre as crianças? 

Se você já observou várias vezes o seu pandinha se sentando com as pernas dobradas em forma de “W”, saiba que você não é a única. Essa posição é bastante comum em crianças e pode parecer fofa e normal à primeira vista.  

Mas antes de tudo, é importante saber que o “sentar em W” (ou W-sitting) é sim recorrente nos primeiros anos de vida da criança pois é uma posição muito cômoda para eles. E isso acontece justamente porque o fêmur e a tíbia apresentam rotação interna e também tendência à anteversão femoral: as crianças apresentam os joelhos e dedos dos pés apontados para dentro na infância.  

Assim, a anatomia é que facilita a posição em W. Isso sem contar que como as articulações deles estão em formação, tudo é mais “molinho” e favorece qualquer posição para sentar, deitar, etc. 

 

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Entendendo o “sentar em W” no contexto atípico 

O “sentar em W” é uma posição onde as pernas estão dobradas para fora, formando uma configuração que lembra a letra “W”. Muitas vezes, nossos filhos atípicos adotam essa postura frequentemente durante brincadeiras ou atividades, o que pode levantar preocupações sobre seu desenvolvimento motor.  

Crianças que apresentam patologias, condições genéticas ou distúrbios do desenvolvimento caracterizados por rigidez muscular (como Paralisia Cerebral e Espinha Bífida), baixo tônus muscular (como síndrome de Down e Transtorno do Espectro do Autismo – TEA) ou tecidos conjuntivos menos resistentes (como na síndrome de Down e síndrome de Ehlers Danlos) têm uma tendência maior de permanecerem na posição “W” por períodos prolongados.  

Elas frequentemente assumem posturas relaxadas, sem a devida sustentação muscular e enfrentam dificuldades ao tentar se estabilizar ao mudar de posição. 

 

O impacto do “sentar em W” nas patologias motoras das crianças atípicas 

Para nossos pandinhas diagnosticados com as condições que citamos acima, o “Sentar em W” pode trazer consequências específicas. A posição pode influenciar o desenvolvimento muscular e articular, potencialmente contribuindo para mais atrasos motores além de dificuldades de equilíbrio.  

A preferência pelo “sentar em W” é particularmente observada em crianças com músculos espásticos, já que esses músculos não desenvolvem a tração normal necessária para corrigir o desalinhamento rotacional nas articulações do fêmur e do quadril durante o crescimento. Isso pode contribuir para a persistência dessa postura e seus efeitos sobre o alinhamento e a estabilidade corporal. 

Nossos pandinhas possuem desafios únicos de desenvolvimento muscular e articular, e o “sentar em W” pode exacerbar essas dificuldades.  

A postura pode colocar pressão adicional nas articulações, o que pode resultar em limitações de mobilidade e impactar a coordenação. Além disso, a configuração das pernas na posição “W” pode afetar a força dos músculos das pernas e do tronco, influenciando o desenvolvimento da postura ereta. 

Além de todas as complicações acima, vamos destacar algumas que são comuns às crianças atípicas e típicas também. Veja: 

 

 Restrição da amplitude de movimento 

O “Sentar em W” pode limitar a capacidade de girar o tronco, o que é crucial para alternar entre diferentes posições, ampliar o campo de visão para explorar o ambiente e estender o alcance para pegar objetos e brincar com as duas mãos. 

 

Falta de feedback vestibular e proprioceptivo 

Quando sentados na posição “W”, há menos oportunidades para o sistema vestibular e a propriocepção fornecerem feedback sobre as mudanças de peso de um lado para o outro. Essa retroalimentação é essencial para o desenvolvimento das reações de equilíbrio e para a capacidade de ajustar e controlar a postura, sustentados pelos músculos do núcleo torácico. 

 

Impacto na consciência corporal e coordenação 

Quanto mais tempo uma criança permanece na posição “W”, maior a probabilidade de experimentar uma redução de estímulos que promovem a consciência corporal, espacial e direcional. Esses estímulos incluem o cruzamento da linha média do corpo, a integração dos lados esquerdo e direito do corpo e a manipulação bilateral. A falta desses estímulos pode resultar em encurtamento muscular, diminuição da coordenação e um impacto negativo no progresso do desenvolvimento. 

 

Guiando nossos pandinhas para uma postura saudável 

Depois de toda essa explicação, você deve estar se perguntando: mas o que posso fazer para que meu filho (a) tenha uma melhor postura e deixe de sentar em W? 

Felizmente, existem abordagens que podem ajudar nossos pequenos a adotarem uma postura mais saudável. Além de sempre ficar atento e corrigir a postura deles, consultar profissionais de saúde, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, é essencial para desenvolver estratégias personalizadas. 

A partir de um acompanhamento individualizado, baseado no diagnóstico e nas necessidades do seu pandinha, o terapeuta poderá indicar produtos que serão úteis e importantes para um desenvolvimento motor saudável. Aqui, vamos te mostrar duas alternativas que podem ser levadas em consideração nesse momento: 

 

Bermuda Adutora 

A bermuda Adutora que está ilustrada na imagem abaixo é considerada uma veste para alinhamento postural, é confeccionada em malha especial compressiva e possui as pernas unidas.  

Para crianças que sentam em W, a Bermuda Adutora, por se estender até o joelho, promove uma restrição mecânica bloqueando o movimento errado. O que não acontece quando a criança usa qualquer roupa, por exemplo. A Bermuda também promove melhoria na qualidade do movimento, na estabilização do quadril, e no desenvolvimento do core muscular.  

Já para crianças que possuem abdução exagerada das pernas, seu uso promove o alinhamento das pernas em relação ao quadril, melhorando o alinhamento biomecânico, e mais os benefícios que citamos acima.

Dessa forma, ela alinha o quadril com as pernas sem limitar a habilidade de se mexer, além de promover a estabilidade do quadril para a realização de movimentos como engatinhar, atravessar e caminhar e melhorar a postura ao sentar.  

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Pandinha João Pedro usando a Bermuda Adutora em terapia 

 

Vamos ver mais características importantes desta roupa? 

  • Malha compressiva: A bermuda é feita com uma malha especial que oferece compressão suave e estimula a propriocepção da criança, fornecendo suporte muscular e melhorando a consciência corporal.  
  • Cós Regular ou Alto: A Bermuda Adutora está disponível em duas opções de cós, regular e alto, para oferecer maior suporte abdominal e ajudar no alinhamento postural. Na imagem acima, o João Pedro está usando cós alto. 
  • Correção da posição das pernas: A bermuda foi projetada para ajudar a corrigir a posição das pernas, fornecendo suporte e estabilidade para crianças com hipotonia, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral e bebês prematuros. 

 

 Body de Rotação 

O Body de Rotação também é uma veste postural que além de estimular as rotações internas e externas dos membros inferiores, também possui tração posterior para o tronco, potencializando ainda mais o alinhamento postural e a estabilidade. Nessa veste, você pode cuidar do desalinhamento, da falta de controle do tronco e dos membros inferiores, tudo numa só roupinha. 

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Pandinha Davi usando o Body de Rotação em terapia 

 

Outras características do Body de Rotação incluem: 

  • Na frente, ela possui uma malha tecnológica que ativa receptores sensoriais e músculos e nas costas, é totalmente velcro aderente para dar diversas possibilidades de tração. 
  • Extensores reguláveis que fazem rotação das pernas de acordo com os objetivos da terapia. 

 

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 A importância do acompanhamento terapêutico 

O papel dos profissionais de saúde é essencial no auxílio ao desenvolvimento motor de nossos pandinhas. Eles podem oferecer orientação especializada, exercícios terapêuticos e intervenções específicas para corrigir questões motoras.  

Lembrem-se, queridos pais e mães, que vocês não estão sozinhos nessa jornada. Juntos, podemos fornecer o suporte necessário para nossos pandinhas atípicos alcançarem seu pleno potencial. 

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Que tal compartilhar essas informações com o terapeuta do seu filho? Juntos, vocês podem tomar decisões mais assertivas e acessíveis sobre a saúde dele no dia a dia dentro e fora da terapia. 

Caso precise de mais informações sobre produtos de apoio para crianças atípicas, entre em contato conosco e conheça o Amigo Panda! 

Visite amigopanda.com.br 

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