Entenda o TPS em crianças e descubra o tratamento

Entenda o TPS em crianças e descubra o tratamento 

TPS Imagem destacada 25042025 Blog do Amigo Panda

Olá, comunidade do Amigo Panda! No blog de hoje vamos falar sobre uma característica nossa, que, como já dizia Platão, pode nos enganar: nossos sentidos. Principalmente os sentidos dos nossos pandinhas.

Quando algumas crianças reclamam do sabor da comida, da intensidade da luz, do som ou até mesmo dos cheiros, podem ser previamente julgadas como mimadas, não é mesmo? Mas, às vezes, elas podem ter algum tipo de transtorno, já parou para pensar?

Hoje entendemos que, para algumas crianças, a percepção dos sentidos e a forma como elas se relacionam com o mundo à sua volta podem ser diferentes. E está tudo bem!

O Transtorno de Processamento Sensorial pode ser silencioso para quem não se mantém atento e aberto aos sinais. Mas afinal, o que é esse transtorno?

Repitam comigo: TPS. 

Embora o significado dessa sigla seja complexo, ele se refere a uma condição que afeta a forma como o cérebro dos nossos pandinhas processa os sentidos do seu corpo.

Neste blog, vamos desmitificar o TPS, entender seus sinais, como lidar com as crises sensoriais e muito mais! Preparados? Boa leitura.

Leia (+) Como identificar disfunções sensoriais em crianças. 

O que é TPS?  

O Transtorno de Processamento Sensorial – TPS, também conhecido como Disfunção de Regulação Sensorial, Disfunção de Integração Sensorial ou Transtorno de Disfunção Sensorial é uma condição neurológica que desencadeia dificuldades no processamento dos estímulos do ambiente.

Nessa condição, o cérebro não processa as entradas sensoriais (ou estímulos) corretamente. Assim, as respostas comportamentais e motoras são inadequadas e afetam o aprendizado, a coordenação, o comportamento geral e a linguagem do paciente.

É importante destacar que esta condição acomete os sentidos básicos, como audição, olfato, paladar, visão e tato. O TPS ainda pode levar ao estresse, ansiedade ou mesmo à depressão.

Dessa forma, crianças com esse transtorno podem apresentar dificuldades de interpretar e aceitar corretamente estímulos básicos do dia a dia, levando ao aumento ou diminuição da sensibilidade e revelando reações que podem ser consideradas exageradas ou inadequadas ao ponto de vista comum.

TPS O que é transtorno de processamento sensorial 25042025 Blog do Amigo Panda

Os gatilhos são inúmeros, e por diversas vezes, impossíveis de evitar. Texturas como a da grama, cheiros de comida, sons altos e repetitivos são alguns exemplos.

Embora pesquisas sobre o TPS ainda estejam em desenvolvimento, estima-se que o TPS pode afetar até 15% da população infantil entre 3 e 10 anos. Essa condição, muitas vezes subdiagnosticada, pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das crianças e de suas famílias.

Quais são os sinais de TPS?  

Como dito anteriormente, cada criança atípica reage de uma forma e tem seus próprios sinais. Mas, apesar disso, existem alguns parâmetros que podem nos ajudar a compreender o TPS e conhecer os seus sinais mais comuns, como:

  • Falha na detecção ou na interpretação sensorial do ambiente ou do próprio corpo: sensações como sentir frio ou calor, cansaço, fome e a sensibilidade à luz podem ser desafiadores;
  • Hipersensibilidade: reações exageradas a estímulos como ruídos altos ou intolerância a roupas ou texturas optando por vestes sem costura e com tecidos que causem menor sensação de desconforto;
  • Hipossensibilidade: dificuldade para perceber estímulos, como não sentir dor ou não perceber o próprio corpo no espaço;
  • Aversão a alguns tipos de alimentos: devido à textura ou às cores;
  • Dificuldade para usar as habilidades motoras finas: como segurar o lápis ou fazer o movimento de pinça com as mãos;
  • Busca sensorial: necessidade constante de procurar estímulos sensoriais, como balançar o corpo, morder objetos ou pressionar as mãos com força;
  • Dificuldades sociais: evitam e reclamam de situações sociais devido à sobrecarga sensorial.

Os sinais do TPS variam muito e podem ser confundidos com outros transtornos, por isso, o diagnóstico requer a participação de profissionais de saúde, como psicólogo, psiquiatra e terapeuta ocupacional.

Leia (+) Como estimular a coordenação motora fina das crianças 

O que acontece numa crise sensorial?  

Uma crise sensorial pode ser descrita como uma sobrecarga sensorial e pela intensidade dos sentimentos que ela provoca, levando a uma resposta emocional e física intensa.

TPS crise sensorial 25042025 Blog do Amigo Panda

Durante uma crise, a pessoa com TPS pode apresentar agitação, choro, gritos, irritabilidade e até mesmo fugas de situações ou pessoas. Mas há também crianças que se comportam de maneira oposta, silenciando as suas emoções e ficando caladas.

É fundamental oferecer um ambiente calmo e seguro durante uma crise, além de acolhê-lo buscando estratégias que ajudem o pandinha a se acalmar.

Quem tem TPS é autista?  

Geralmente, pandinhas com TEA apresentam sinais do Transtorno do Processamento Sensorial – TPS, comprometendo diretamente o seu comportamento e interação com o ambiente. As dificuldades sensoriais podem ser tanto reações de hiperresponsividade ou de hiporresponsividade, influenciando o comportamento repetitivo e restrito, característicos do autismo.

Mas não é só isso, embora o TPS seja comum em pandinhas com autismo, ele também pode ocorrer em crianças sem autismo, por isso é tão importante o diagnóstico e o tratamento correto.

Qual a diferença entre TPS e TEA?  

O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio neurobiológico que afeta principalmente a comunicação social e o comportamento do pandinha, tendo como característica comum a presença de comportamentos repetitivos e interesses restritos. Esses comportamentos estão ligados a uma série de alterações sensoriais, conhecidas como Transtornos do Processamento Sensorial.

Já o TPS envolve reações exageradas ou diminuídas a estímulos sensoriais, como sons, texturas ou luzes.

Por exemplo, algumas pessoas com TEA podem evitar certos sons ou toques, enquanto outras podem buscar intensamente certos estímulos sensoriais.  

TPS conjunto sensorial curto rosa 25042025 Blog do Amigo Panda
Criança vestindo Conjunto Sensorial Amigo Panda

Essas alterações sensoriais afetam não apenas o comportamento, como também podem trazer dificuldades no controle postural ou na coordenação motora da criança.

Segundo um artigo publicado na revista Educação Especial, é possível perceber que de 45% a 96% das pessoas com TEA apresentam algum tipo de alteração sensorial, sendo que essas alterações podem variar dependendo da gravidade do autismo e da idade da criança.

Além disso, essas características sensoriais são conhecidas como parte dos critérios diagnósticos do TEA.

Resumindo, nem toda criança com TPS têm TEA, mas praticamente todas as crianças com TEA têm algum grau de TPS, e isso é um aspecto importante a ser considerado tanto no diagnóstico quanto no tratamento do autismo.

As dificuldades sensoriais e os comportamentos repetitivos estão profundamente interligados, e entender essa relação é essencial para oferecer o suporte adequado a essas crianças.

Quer entender mais sobre o TPS? Clique no vídeo abaixo e veja o que a terapeuta Leonor Garcia tem a dizer! 

Como é feito o diagnóstico do TPS?  

Antes de pensar no tratamento, é necessário obter um diagnóstico de TPS feito por um profissional especializado, como um terapeuta ocupacional ou um neurologista.

O diagnóstico é feito com base em uma avaliação completa do desenvolvimento da criança e a observação de seus comportamentos em diferentes ambientes.

Vale ressaltar que logo no início, os grandes protagonistas do diagnóstico são os pais, pois irão descrever como é o comportamento, quais são as dificuldades e os medos de seu filho diariamente. Após realizar o encontro com um profissional, ele poderá classificar o quadro em uma ou mais das três categorias a seguir:

  • Transtorno de Discriminação Sensorial: caracterizado por um gasto de energia maior para interpretar cada estímulo;
  • Transtornos Motores com Base Sensorial: a criança apresenta dificuldade para absorver as informações do próprio corpo e a reagir de maneira condizente ao ambiente;
  • Transtorno de Modulação Sensorial: existe uma dificuldade para regular grau, intensidade e natureza das respostas da criança.

Uma situação que dificulta o processo diagnóstico é a má interpretação dos sinais, encarando-os como um comportamento de criança mimada ou que faz birra.

Após ser realizado o diagnóstico, o próximo passo é pensar no melhor tratamento para a criança.

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Formas de tratamento  

As crianças com TPS também podem apresentar, de forma paralela, problemas emocionais e sociais. O tratamento é feito de forma individualizada e pode incluir:  

Terapia ocupacional 

Fazendo o uso de atividades e jogos para ajudar a criança a desenvolver habilidades de autorregulação e a lidar com as demandas sensoriais do ambiente. Como apoio podem ser sugeridas as roupas sensoriais, que estimulam a ativação do sistema sensorial proprioceptivo através da compressão provocada pela veste.

Nas fotos abaixo, você pode ver algumas vestes compressivas, desenvolvidas pelo Amigo Panda, sendo usadas por vários pandinhas!

Com o sistema sensorial regulado, o pandinha tende a se sentir mais seguro e concentrado, pois com a organização corporal a criança compreende melhor a posição do seu corpo no espaço.

Integração sensorial 

Por meio de atividades sensoriais, a criança aprende a aguçar seus sentidos e a responder de forma mais adaptada. Uma ferramenta muito usual para realizar a estimulação seria a Z-Vibe, uma ferramenta vibratória desenvolvida para trabalhar o tônus oral e estimular habilidades sensoriais, de fala e alimentação.

TPS Z Vibe 25042025 Blog do Amigo Panda

Ela possui diversas ponteiras para que você possa adaptar a ferramenta à necessidade da criança.

Você pode ler mais sobre a Z-Vibe nesse artigo e pode encontrá-la em nossa loja online clicando aqui.

Adaptações ambientais 

Promover mudanças no ambiente pode ajudar a evitar sobrecargas sensoriais facilitando a participação das crianças atípicas em atividades. O uso de recursos sensoriais, que são objetos utilizados em terapia ou em casa, com objetivo de estimular sistemas sensoriais e gerar respostas adaptativas adequadas e funcionais podem deixar o processo mais fácil.

Facilitando assim, as tarefas do dia a dia, como comer ou beber, ou treinando habilidades importantes para que o pandinha desempenhe atividades diárias dentro ou fora de casa, de forma confortável e agradável.

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O que fazer para ajudar uma criança com TPS?  

Além dos tratamentos realizados por um terapeuta, os pais também podem ajudar seus filhos realizando brincadeiras ao ar livre, para sentirem sensações diferentes, criando uma rotina para reduzir a ansiedade, utilizando cronogramas visuais para facilitar a compreensão e a organização, entre outros.

Outra ideia interessante que pode ser realizada em casa é induzir brincadeiras sensoriais como as tintas comestíveis, estimulando o tato, olfato e paladar. Essas brincadeiras com diferentes texturas, sons e movimentos ajudam a regular os sentidos.

Dicas para professores e cuidadores  

É fundamental que os professores e cuidadores trabalhem em conjunto para oferecer o melhor às crianças com TPS.

Para os professores, é interessante ter um cuidado maior com o espaço físico e os ruídos, além de permitir que o aluno escolha o lugar onde irá se sentar, manter uma comunicação clara e objetiva e principalmente estar em conjunto com a família, garantindo assim um atendimento integral à criança.

Já para os cuidadores, algumas sugestões são: combine diferentes estímulos sensoriais para promover a integração sensorial e o desenvolvimento das habilidades motoras e cognitivas, adaptando as atividades às necessidades específicas de cada criança.

Se você cuida de uma criança atípica faça parte da comunidade do Amigo Panda!

O TPS pode ser desafiador, mas com o tratamento adequado e o apoio da família e dos profissionais, é possível que a criança tenha uma vida plena e feliz. Ao entender o Transtorno de Processamento Sensorial e suas características, podemos criar um ambiente mais acolhedor e seguro para as crianças.

O Amigo Panda nasceu em 2017, com o objetivo de proporcionar aos pais soluções que fossem eficientes, sensoriais, fáceis de vestir e bonitas. Hoje, trabalhamos com esse objetivo e, acima de tudo, transformamos a vida de crianças atípicas e seus familiares para melhor através de produtos de apoio, que potencializam o tratamento.

Se você estiver em busca de produtos específicos para crianças atípicas usar em casa ou na terapia, a loja Amigo Panda pode te ajudar!

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